Este é um texto que, enquanto linguagem, procura desobedecer a si mesmo. Tal desobediência requisita um processo de pesquisa que opera com a cartografia designando-se, também, como um trabalho de teoria que pretende reorientar as formas de pensar, escrever e ver. Estas linhas são condicionadas, desse modo, a imbricamentos que rearticulam campos teóricos (dos Estudos Culturais, históricos, artísticos, filosóficos, educacionais...) e modos de ver que operam como dispositivos de investigação, visibilidade, enunciação e subjetivação. Nesses encontros (in)diretos de existir em linguagem (e pesquisa) que tematiza as formulações das culturas e das estéticas afro-diaspóricas no Brasil, sobretudo de representações cinematográficas, problematizamos como essas formulações podem apontar para as possibilidades de emergir uma pedagogia antirracista. Neste entre-lugar, visualizamos a emergência de um território teórico-corporal negro, comprometido com uma formação antirracista e, portanto, articulado a desconstrução das formas brancas de educar e com a sua afirmação ancestral como potência negra.

Autor: Lucas Men Benatti

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