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Uma homenagem da Unespar, campus de Campo Mourão ao Dia da Consciência Negra

publicado: 20/11/2022 13h58 última modificação: 29/02/2024 14h53

Neste dia 20 de novembro de 2022, a Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Campo Mourão presta uma homenagem à passagem desta data simbólica, e vem reafirmar o compromisso que a Instituição tem com a fomentação do ensino superior público, gratuito e de qualidade, dentro de um espaço que promove a igualdade, a equidade, a liberdade e o respeito. Acredita-se que o intelecto humano deva ser celebrado, para a formação da nova sociedade. Para tanto, no ambiente acadêmico, em que se discute o desenvolvimento teórico-científico em diversas áreas do conhecimento, não há espaço para o racismo, o ódio, o preconceito ou discriminação de qualquer tipo. Dessa maneira, a Unespar, campus de Campo Mourão orgulha-se em poder dizer que tem trabalhado ativamente, de forma conjunta, para o desenvolvimento e a manutenção de políticas públicas que visam a promoção dos direitos humanos.

 



"É importante ressaltar que emoção, a subjetividade e outras atribuições dadas ao nosso discurso não implicam na renúncia à razão, mas, ao contrário, num modo de torná-la mais concreta, mais humana e menos abstrata e/ou metafísica. Trata-se, no nosso caso, de uma outra razão."

(Lélia Gonzalez, em Primavera para as Rosas Negras: Lélia Gonzalez, em Primeira Pessoa, 2018)

"O livro... me fascina. Eu fui criada no mundo. Sem orientação materna. Mas os livros guiou os meus pensamentos. Evitando os abismos que encontramos na vida. Bendita as horas que passei lendo. Cheguei a conclusão que é o pobre quem deve ler. Porque o livro, é a bussola que ha de orientar o homem no porvir (…)"

(Carolina Maria de Jesus, em Meu Estranho Diário, 1996)

"Sinto-me sempre escrevendo de mim, mas esse mim contem muitos outros, então escrevo de um coletivo sobre e para essa coletivização. Disto me vem um grande arder que às vezes paralisa a produção, sem a interlocução do outro. É um momento de alteridade muito sólida, a solidão do Pantera Negra ou de Biko."

(Beatriz Nascimento, em Quilombola e Intelectual: Possibilidades nos dias da destruição, 2018)


 

Sobre a data

"O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam".

Fonte: Brasil Escola

 

Núcleo de Educação para Relações Étnico-Raciais 

O Núcleo de Educação para Relações Étnico-Raciais (NERA) compõe o Centro de Educação em Direitos Humanos (CEDH), que integra a Pró-Reitoria de Políticas Estudantis e Direitos Humanos (PROPEDH) da Unespar. No campus de Campo Mourão, o Núcleo é coordenado pela Dra. Valdete dos Santos Coqueiro, docente do curso de Matemática, e conta com inúmeros trabalhos, além de uma equipe que desenvolve atividades anuais para o Seminário Afro [R]esistência, projeto consolidado que teve início no ano de 2019. Entre oficinas, palestras, apresentações culturais e apresentações de comunicações orais, no ano de 2022, o Seminário também ganhou a integração do Projeto Itinerante Afrografias, que exibe registros de cidadãos negros do município, desempenhando as mais variadas funções em seu cotidiano. Leia mais informações sobre o Seminário por meio do link abaixo.

SEMINÁRIO AFRO RESISTÊNCIA (CLIQUE AQUI)

Atribuições do NERA:

  •  I. Manter um espaço para discussão, planejamento e implementação de estratégias que garantam acesso, inclusão e permanência de pessoas discriminadas por motivos étnico-raciais na UNESPAR;
  • II. Promover estratégias educacionais que combatam a xenofobia3 , atenuando o impacto da discriminação contra estrangeiros por preconceitos históricos, religiosos, culturais, territoriais, entre outros;
  • III. Desenvolver estratégias de ações educacionais que promovam a descolonização material e epistemológica provenientes de experiências de dominação e subalternização, enfrentadas pelas populações negra e indígena;
  • IV. Oferecer apoio à comunidade acadêmica no que se refere aos desafios vivenciados nas relações étnico-raciais na universidade, criando procedimentos de mediação dos processos educacionais e de combate a todas as formas de violência decorrentes da segregação e do preconceito;
  • V. Criar e manter atualizado um banco de dados com informações étnico-raciais de alunos inscritos e admitidos no concurso vestibular, acompanhar o vestibular indígena e manter atualizados os dados sobre a permanência desses alunos e conclusão dos cursos ofertados no campus, com a finalidade de avaliação diagnóstica e colaboração com políticas públicas de inserção social de grupos vulneráveis;
  • VI. Promover discussões político-pedagógicas entre colegiados e centros de área visando ações que atendam às exigências das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que preveem a formação superior em diálogo com a educação das relações étnicoraciais e o ensino de história e cultura da África e dos Afrodescendentes, bem como da cultura Indígena;
  • VII. Acompanhar e assessorar os grupos de pesquisa, cultura e extensão, projetos de ensino, iniciação científica e extensionista, que atravessem a temática das relações étnico-raciais;
  • VIII. Trabalhar de forma articulada com o CEDH local, os demais NÚCLEOS do campus e a CUIA local, quando houver;
  • IX. Atualizar e disponibilizar informações sobre as ações do NERA para o CEDH local e/ou outras instâncias institucionais, quando solicitado, para finalidade de diagnóstico, planejamento e avaliação de impacto das ações do CEDH, bem como para sua divulgação;
  • X. Promover a divulgação constante das ações do NERA junto à comunidade bem como a acessibilidade das informações disponibilizadas, observando o fortalecimento da identidade visual e comunicacional da UNESPAR.


Cotas na Unespar

Aprovada em 2019 pelo Conselho Universitário (COU), a política de cotas da universidade estabelece o Sistema de Cotas no Processo Seletivo Vestibular e no Sistema de Seleção Unificada (SiSU), do Governo Federal, para o ingresso de candidatos oriundos do Ensino Público, pretos, pardos e pessoas com deficiência nos cursos de graduação da Unespar. Também há reserva de vagas e vestibular específico para povos indígenas, garantidos pela Lei Estadual nº 13.134/2001, modificada pela Lei Estadual 14.995 de 2006.

A Resolução 001/2019 – COU-UNESPAR prevê cotas nos cursos de graduação, para 50% do total de vagas de cada curso, turno e grau em cada campus, destinando 25% das vagas para candidatos que tenham cursado integralmente o Ensino Médio em escolas públicas, 20% para candidatos pretos e pardos que tenham cursado integralmente o Ensino Médio em escolas públicas e 5% para pessoas com deficiência que concluíram o Ensino Médio, independente do percurso de formação.

RESOLUÇÃO 001/2019 – COU UNESPAR CLIQUE AQUI


Banca de heteroidentificação

O processo de bancas de heteroidentificação complementa a autodeclaração dos(as) candidatos(as) que concorrem às cotas de vagas para pessoas pretas ou pardas. É um processo amplamente praticado em instituições de ensino públicas de todo o país por fazer cumprir a legislação e efetivar a política afirmativa evitando possíveis fraudes.

O processo prevê a constituição de bancas de heteroidentificação e baseia-se exclusivamente na verificação de aspectos fenótipos do(a) próprio(a) candidato(a), que é o conjunto de características visíveis, a exemplo de cor da pele, textura do cabelo, formatos do rosto, lábios e nariz. Para isso, é necessário que os componentes da banca e demais envolvidos no processo tenham formação específica, garantindo condições para um processo respeitoso e efetivo no seu papel de efetivar a política para as pessoas pretas e pardas.

 

 

Por: Milleni Bezerra Moreira Assessoria de Comunicação (comunicacao.campomourao@unespar.edu.br)