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PESQUISADORAS DA UNESPAR: entrevista com a Professora Doutora Wilma dos Santos Coqueiro

Pesquisa

por publicado: 27/07/2023 10h38 última modificação: 29/02/2024 11h03

O projeto “Pesquisadores da Unespar” tem como objetivo realizar uma série de entrevistas com pesquisadoras e pesquisadores da Unespar – campus de Campo Mourão, com o propósito de divulgar as pesquisas realizadas na instituição e debater temas relevantes para a sociedade. A entrevista desta vez é com a Professora Doutora Wilma dos Santos Coqueiro.

A professora Wilma dos Santos Coqueiro concluiu o curso de graduação em Letras na Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM (atual Unespar), cursou especialização em Língua, Literatura e Ensino na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, mestrado em Letras na Universidade Estadual de Londrina – UEL e doutorado em Letras/Estudos Literários na Universidade Estadual de Maringá – UEM. Atua profissionalmente como professora no campus de Campo Mourão da Unespar, vinculada ao Colegiado de Letras e ao Programa de Pós-graduação Sociedade e Desenvolvimento PPGSeD.

Com uma trajetória consolidada no ensino, na extensão e na pesquisa, tem se dedicado as seguintes áreas: literatura contemporânea, literatura feminina, leitura e ensino. Possuí 48 artigos publicados em periódicos de alcance regional e nacional, 29 capítulos de livros, e 11 livros. Participa com frequência de eventos e congressos, nos quais divulga suas pesquisas para a comunidade científica.

Coordena atualmente o projeto de pesquisa intitulado “Literatura, Sociedade e Mulher: Interfaces da Ficção”. Orienta dissertações de mestrado no PPGSeD e já participou de inúmeras bancas de qualificação de mestrado e doutorado e banca de defesas. No ano de 2022 participou da comissão organizadora do IV Seminário Afro-[R]Existência e organizou o Webinário Alabardas, Alabardas!: Centenário de José Saramago & Um Memorial Feminino. A docente é uma das coordenadoras do clube de leitura, sem finalidade acadêmica, “Leia Mulheres”, de Campo Mourão.

 

 

ENTREVISTA

 

1) O foco principal das suas pesquisas é a Literatura, especialmente a ficção de autoria feminina. Explique, por gentileza, do que se trata este campo de pesquisa?

 

Desde a graduação em Letras, tenho me dedicado ao estudo da literatura, com ênfase na literatura de autoria feminina. Minha pesquisa de mestrado foi focada nos romances da autora modernista Rachel de Queiroz, enquanto no doutorado estudei autoras contemporâneas do século XXI, como Adriana Lisboa, Heloísa Seixas e Paloma Vidal. Embora ainda me dedique à literatura de maneira geral, incluindo autores mais canônicos como Mário de Andrade, José Saramago e Moacyr Scliar, meu interesse principal está na literatura de autoria feminina, especialmente na ficção.

Uma das questões que tenho investigado em minhas pesquisas é a representação das mulheres na literatura, analisando como as autoras retratam personagens femininas no seu processo de formação ao longo das narrativas.  Além disso, procuro refletir sobre como escritoras, desde as mais canônicas, como Rachel de Queiroz, até as contemporâneas como Adriana Lisboa, Lívia Garcia-Roza, Patrícia Melo e Cristiane Sobral, abordam questões de gênero, sexualidade e poder, relacionados às experiências subjetivas femininas.

Considero o campo de pesquisa sobre a ficção de autoria feminina essencial na sociedade contemporânea, pois busca valorizar, analisar e compreender as obras literárias escritas por mulheres, evidenciando suas experiências subjetivas, suas vozes e suas contribuições para a literatura. Ao destacar perspectivas muitas vezes negligenciadas e marginalizadas, esse campo abrange uma ampla variedade de gêneros, estilos e períodos históricos, desafiando estereótipos de gênero. Nesse sentido, a pesquisa sobre a ficção de autoria feminina, certamente, abre espaço para que as mulheres compartilhem suas histórias e experiências singulares, contribuindo para discussões mais profundas sobre a representatividade social da mulher ainda hoje.

Para embasar minha análise das obras femininas, utilizo como fundamentação teórica os Estudos Culturais e a Crítica Feminista. Acredito que essas abordagens teóricas desempenham um papel crucial na análise das obras de autoria feminina, pois oferecem uma perspectiva interdisciplinar e crítica que considera as complexas relações entre gênero, cultura e poder. Essas abordagens teóricas possibilitam uma reflexão mais ampla sobre as obras, levando em conta não apenas seu conteúdo questionador das relações de poder impostas pela condição de gênero, mas também o contexto social, político e histórico em que as obras foram produzidas.

 

 

2) As mulheres estão cada vez mais presentes como autoras de livros no país, porém, infelizmente ainda há obstáculos que precisam ser superados. Como a professora avalia o cenário literário no Brasil e a participação das autoras mulheres?

 

As mulheres estão, de fato, conquistando cada vez mais espaço como autoras de livros no país, o que é um avanço significativo. Grandes editoras têm publicado obras de autoras mulheres. Contudo, pesquisas recentes – como da professora Lúcia Osana Zolin, da Universidade Estadual de Maringá, realizada com romances publicados entre 2000 a 2015 em grandes editoras como Rocco, Record e Companhia da Letras, publicada em 2019 – indicam que 70% dos romances publicados nessas editoras ainda são de autoria masculina, restando 30% à autoria feminina, o que para a autora da pesquisa representa uma grande conquista, tendo em vista que até meados do século XX eram poucas as mulheres que conseguiam ultrapassar as limitações impostas ao gênero e publicar obras em grandes editoras. A pesquisa indica ainda que o acesso das mulheres à Educação Superior tem sido um fator crucial para a ascensão como escritora e o consequente reconhecimento literário. Isso é evidenciado pelo fato de a maioria das obras publicadas serem de escritoras brancas e de regiões específicas do país, como o eixo Rio-São Paulo, o que resulta em uma falta de diversidade de vozes femininas. Ademais, segundo dados da pesquisa, 100% das autoras publicadas são pertencentes a uma denominada elite intelectual como jornalistas, professoras universitárias, tradutoras e roteiristas, o que mostra que a presença de autoras negras no campo literário ainda é muito limitada.

Outro desafio recorrente é o acesso a oportunidades e recursos necessários à produção literária e divulgação das obras. Além da dificuldade de acesso à formação literária e da falta de investimentos e apoio financeiro para autoras, dificultando sua inserção no mercado editorial, elas ainda enfrentam a persistência de estereótipos de gênero na indústria editorial. Frequentemente, as mulheres são categorizadas em gêneros considerados “femininos” ou “leves”, enquanto temas considerados mais “sérios” ou “universais” são atribuídos predominantemente aos autores masculinos. Isso faz com que ainda hoje muitas autoras, como J. K. Rowling, famosa pela série de livros que compõem a saga de Harry Potter, tenham utilizado inicialmente um pseudônimo masculino  – assim como muitas escritoras do século XIX como as  irmãs inglesas Brontë – em plena década de 1990, buscando uma melhor recepção de seus livros no mercado editorial.

Isso evidencia que as mulheres contemporâneas também enfrentam desafios relacionados à visibilidade e ao reconhecimento de seu trabalho. Ainda há uma tendência a privilegiar e destacar mais as obras masculinas, tanto no âmbito literário quanto no mercado editorial. Isso pode se refletir na menor divulgação e promoção das obras de autoras, na menor presença em prêmios literários e em menor espaço de resenhas e crítica especializada. Um exemplo que evidencia essa grande dificuldade de acesso das mulheres a certos espaços de poder é a representação feminina na Academia Brasileira de Letras, um dos locais de legitimação literária ainda hoje. Fundada em 1897, seu estatuto previa que apenas autores homens pudessem se candidatar a uma cadeira, o que levou a rejeição da primeira candidatura feminina, em 1930, de Amélia Beviláqua, levando ao entendimento de que o valor literário de um autor, considerado pela Academia, estava intrinsecamente relacionado ao gênero masculino. Apenas em 1977, parece ter havido uma reflexão da Academia quanto ao gênero quando Rachel de Queiroz teve sua candidatura aceita e obteve a vitória simbólica de ser a primeira mulher a adentrar em um espaço nitidamente machista. Ainda hoje, a representação feminina na Academia ainda é ínfima, sendo que dos 40 membros imortais, apenas 4 são mulheres: Ana Maria Machado, Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro e Heloísa Buarque de Hollanda.

Essa falta de visibilidade das autoras é extremamente prejudicial, pois dificulta o acesso do público às suas obras, contribuindo para uma reprodução das desigualdades de gênero na seara literária. É fundamental superar esses obstáculos por meio do esforço coletivo. Isso inclui a promoção de políticas de igualdade de gênero no campo literário para garantir uma representação mais equitativa das autoras. Além disso, é necessário ampliar a visibilidade das autoras por meio de prêmios, festivais e eventos literários. Nesse sentido, acredito que pesquisadoras universitárias – como eu – têm um papel importante a desempenhar, ao se empenharem em trazerem autoras para o centro do debate por meio de publicações acadêmicas, trabalhos de iniciação científica e pós-graduação, bem como cursos de extensão que abordem a literatura de autoria feminina.

 

 

3) As suas pesquisas com relação a literatura afro-brasileira feminina também se destacam. Qual a contribuição das escritoras negras para a literatura brasileira?

 

De fato, mais recentemente, tenho realizado pesquisas e orientações de trabalhos de Iniciação Científica e Mestrado sobre a literatura afro-brasileira de autoria feminina, também conhecida como literatura negro-feminina. Acredito que as escritoras negras têm contribuído de forma extremamente significativa para a literatura brasileira. Suas obras trazem perspectivas únicas e enriquecem o cenário literário ao abordar questões relacionadas à identidade racial, ao racismo, à diáspora africana e às experiências das mulheres negras no Brasil.

A partir do feminismo interseccional, que surgiu com a terceira onda feminista, principalmente a partir dos anos 1990, compreendemos que a opressão de gênero afeta as mulheres de maneiras diversas. Nesse sentido, fatores como raça/etnia e classe social são determinantes nas opressões sofridas pelas mulheres em diferentes partes do mundo. As escritoras negras que tenho estudado, como Conceição Evaristo, Cristiane Sobral, Ruth Guimarães e Eliana Alves Cruz, têm escrito narrativas que desafiam os estereótipos criados pelo olhar do homem branco ocidental sobre as personagens negras e têm dado voz a histórias e vivências negras que foram silenciadas por muito tempo. Elas oferecem uma representação mais autêntica e plural da realidade brasileira, explorando temas como ancestralidade, resistência, empoderamento, racismo estrutural e a construção da identidade negra. Por meio do olhar das escritoras negras e de suas personagens, que sofrem várias opressões, mas resistem à condição de subserviência imposta, as leitoras negras têm se conscientizado do que significa serem negras em um país tão marcado pelo racismo estrutural como o Brasil.

Dessa forma, considero que a contribuição das escritoras negras para a literatura brasileira é fundamental para a construção de uma narrativa mais inclusiva e diversa, que reflita a multiplicidade de experiências e identidades femininas presentes no país. Ao romperem com a invisibilidade e ressignificarem a história da literatura brasileira, elas nos presenteiam com histórias poderosas, críticas e subversivas. Por isso, as obras das autoras negras têm funcionado como forma de resistência e construção de um novo imaginário cultural.

 

 

4) As relações de poder historicamente dominantes do Brasil criaram uma série de obstáculos e impedimentos para a ascensão das autoras mulheres, restringindo os seus espaços. Tal fato foi ainda mais perverso com relação às mulheres negras e indígenas. O que tem sido feito para a valorização da literatura produzida por mulheres negras e indígenas?

 

No Brasil, por ser um país ainda marcado indelevelmente pela colonização europeia e pela escravidão que excluíram pessoas negras e indígenas dos espaços de poder, incluindo o da escrita literária e das artes de maneira geral, em relação às mulheres negras e indígenas essa opressão foi ainda maior. Poucas mulheres negras tiveram seus livros publicados e reconhecidos. A crítica literária acadêmica tem sido fundamental inclusive para resgatar autoras negras do século passado, como Maria Firmina dos Reis, que foram invisibilizadas, ou mesmo Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo, do século XX, que têm sido amplamente estudadas e hoje já figuram em livros didáticos e concursos vestibulares em grandes universidades.

Em relação às escritoras indígenas, a situação é ainda mais grave, devido à pouca tradição da escrita indígena e aos aspectos orais de suas tradições culturais seculares. Mais uma vez, o acesso ao ensino superior tem sido um fator preponderante para o acesso dessas mulheres ao mercado editorial e à disseminação de suas obras, como é o caso de Eliane Potiguara, formada em Letras e que participa efetivamente de eventos literários e culturais relacionados à questão indígena.

Nos últimos anos, têm sido realizados esforços significativos para valorizar a literatura produzida por mulheres negras e indígenas. Diversas iniciativas surgiram para promover e dar visibilidade a essas autoras, reconhecendo sua importância na literatura brasileira. A criação de prêmios literários específicos para escritoras negras e indígenas tem sido uma alternativa para destacar suas obras. Além disso, palestras e eventos dedicados à literatura produzida por essas mulheres proporcionam espaços de debate e divulgação entre as escritoras e o público leitor.

A criação de editoras independentes focadas em publicar obras de autoras negras e indígenas tem ampliado a circulação e o acesso a essas produções literárias. As antologias dedicadas à literatura feminina negra e indígena também têm sido lançadas, oferecendo espaços de divulgação e valorização. Um exemplo são os “Cadernos Negros”, que, desde 1978, tem dado visibilidade a autoras fundamentais, como Conceição Evaristo e Cristiane Sobral, por meio da publicação de antologias de contos e poesias de autores/as negros/as.

As pesquisas acadêmicas e os estudos críticos sobre a literatura produzida por mulheres negras e indígenas têm contribuído para a valorização e o reconhecimento dessas autoras. Essas produções incluem teses, dissertações e trabalhos de iniciação científica que discutem as contribuições literárias e sociais dessas autoras para debates de temáticas importantes da sociedade brasileira.

Movimentos de ativismo literário e clubes de leitura, como o “Leia Mulheres”, têm ampliado as discussões sobre a literatura de autoria feminina, incluindo a literatura negra e indígena. Esses espaços promovem a visibilidade das autoras, estimulam o intercâmbio de ideias e obras e trabalham pela inclusão dessas vozes nos espaços literários tradicionais.

Essas ações têm sido fundamentais para ampliar a visibilidade e o reconhecimento da literatura produzida por mulheres negras e indígenas. No entanto, é importante frisar que ainda há muito a ser feito para garantir uma representação mais equitativa e justa dessas autoras, bem como para superar os obstáculos enfrentados em um contexto marcado por desigualdades históricas.

 

 

5) Outro tema de interesse da professora é o combate ao feminicídio e a violência de gênero. Qual a relação entre literatura e violência de gênero?

 

Considero a relação entre a literatura de autoria feminina e a violência de gênero complexa e multifacetada, pois as escritoras frequentemente exploram e denunciam diversas formas de violência e opressão enfrentadas pelas mulheres. Autoras como Patrícia Melo, em “Mulheres empilhadas” (2019), e Tatiana Salem-Levy, em “Vista Chinesa” (2021), abordam temas como feminicídio e violência sexual, dando voz às experiências femininas e expondo a realidade da violência baseada no gênero.

No caso da literatura de autoria feminina negra, a representação da violência de gênero é profundamente enraizada nas experiências específicas dessas mulheres, que enfrentam formas interseccionais de opressão e marginalização. Autoras como Conceição Evaristo abordam o racismo, o sexismo e a violência sistêmica, revelando as formas sutis e explícitas dessas violências cotidianas. Por isso, acredito que essas narrativas não apenas sensibilizam e conscientizam a sociedade sobre essas questões, mas também desafiam estereótipos de gênero, questionam normas sociais e promovem a busca por justiça social.

A literatura de autoria feminina, de modo geral, oferece aos leitores e às leitoras uma visão crítica da violência de gênero, promovendo denúncia e conscientização desse problema que ainda afeta a sociedade brasileira.

 

 

6) Na sua avaliação qual é o papel da universidade, em especial da Unespar, para a valorização entre a população das autoras mulheres e o combate a violência de gênero.

 

Acredito que universidades públicas, como a Unespar, desempenham um papel fundamental na valorização das autoras mulheres e no combate à violência de gênero. Por meio de programas acadêmicos e espaços de pesquisa, as universidades podem promover a inclusão e visibilidade das vozes femininas na literatura e em outros campos do conhecimento. Nesse sentido, são relevantes tanto a criação de disciplinas na graduação e na pós-graduação quanto a realização de cursos que abordem as produções literárias e intelectuais de mulheres.

Ademais, é pertinente o apoio à pesquisa e à publicação de trabalhos acadêmicos sobre essa temática, como a coletânea interdisciplinar de capítulos intitulada “Sociedade e Desenvolvimento: interfaces sociais, artísticas e culturais da condição feminina na atualidade”, organizada por mim e pelos professores Cleverson Molinari Mello e Pedro Leão da Costa Neto, com o apoio da Capes e do Programa de Pós Graduação em Sociedade e Desenvolvimento – PPGSeD.

Além disso, as universidades, incluindo a Unespar que já tem realizado eventos com temáticas ligadas aos direitos humanos e às representações das minorias, podem promover mais eventos e palestras que destaquem as contribuições das autoras mulheres, criando espaços de diálogo e reflexão que contribuam para a ruptura com estereótipos de gênero e valorizem as perspectivas e trajetórias intelectuais femininas.

No que se refere ao combate à violência de gênero, considero que a universidade, especialmente a Unespar, desempenha um papel importante na conscientização e educação dos/as estudantes e da comunidade acadêmica em geral. Além disso, a Unespar, por meio do Centro de Educação em Direitos Humanos (CEDH) e da Pró-Reitoria de Políticas Estudantis e Direitos Humanos (PROPEDH), tem feito um bom trabalho importante por meio de projetos e eventos, que visam discutir a violência de gênero e conscientizar as mulheres que a violência simbólica, incluindo o assédio sexual e moral, é frequentemente observada nas universidades de maneira sutil, o que a torna silenciosa. Por essa razão, a universidade deve oferecer espaços de conscientização que encorajem as denúncias formais. Ao fornecer um ambiente seguro e inclusivo, onde as questões de gênero são discutidas criticamente, a universidade certamente contribui para a transformação social e a construção de uma sociedade menos opressiva.