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Afrografias: exposição teve abertura na última quarta-feira (16)

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por publicado: 19/11/2022 22h51 última modificação: 29/02/2024 14h53

Na última quarta-feira, dia 16 de novembro, aconteceu a exposição inaugural do Afrografias, no Hall do Anfiteatro da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Campo Mourão. O Projeto Itinerante é coordenado pelo Núcleo de Relações Étnico-Raciais (NERA), que compõe o Centro de Educação em Direitos Humanos (CEDH), em parceria com a Pró-Reitoria de Políticas Estudantis (PROPEDH). O evento contou com a participação da Diretoria de Direitos Humanos da PROPEDH, Direção Geral de Campus, docentes e agentes universitários, estudantes de graduação e pós-graduação e também participantes dos registros.

A coordenação do Núcleo, e também do Projeto, é feita pela Dra. Valdete Coqueiro dos Santos, docente do colegiado de Matemática juntamente com a equipe organizadora, composta pelos seguintes integrantes:

  • Ana Maria Soares Zukoski – Egressa da Unespar e Doutoranda em Letras (Uem);
  • Jean Pablo Guimarães Rossi – Doutorando em Educação (Uem), docente do curso de Geografia e Coordenador do CEDH Campo Mourão;
  • Lucas Alexandre de Lima – Graduando em História (Unespar) e Coordenador do DCE Campo Mourão;
  • Mirian Cardoso da Silva – Egressa da Unespar e Doutoranda em Letras (Uem);
  • Tatiana da Silva Gonçalves – Graduanda em Engenharia Ambiental (UTFPR, Campo Mourão);
  • Wilma dos Santos Coqueiro – Doutora em Letras (Uem), docente do curso de graduação em Letras Inglês-Português e do curso de pós-graduação em Sociedade e Desenvolvimento (PPGSeD)

Fotografia, edição e curadoria foram realizados por Milleni Bezerra Moreira, Discente do curso de Letras Português-Inglês e Assessora de Comunicação da Unespar, campus de Campo Mourão. De acordo com a mesma: "é com imenso prazer que integro a produção fotográfica e a curadoria deste projeto, que é tão importante para darmos visibilidade aos/às indivíduos negros/as da sociedade mourãoense. Num momento em que vemos crescer cada vez mais o número de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas ao IBGE, cresce também o protagonismo dessas pessoas no meio social, seja nas artes, na ciência ou em variadas esferas do mundo do trabalho. Este movimento artístico emerge como autoafirmativo, não só por parte do artista, dos modelos ou da equipe, mas de toda uma Instituição que acolhe a diversidade". A discente ainda completa: "o ser negro sempre foi agente ativo de transformações sociais, contribuindo de diversas maneiras para o desenvolvimento econômico de países, inúmeras são as figuras de destaque que podem ser citadas nesse processo, até mesmo os estudos mais recentes que evidenciaram que um dos maiores nomes da literatura brasileira foi um homem negro... estamos falando de Machado de Assis."

"É importante destacar que, em meio as diversas ofensivas recebidas por parte daqueles que têm interesse em ver o negro em situação de apagamento social, ou amontoados em valas vítimas da violência policial, esse Projeto é, sem dúvida alguma, uma enorme forma de resistência [...] cada um dos retratos trazem vivências fortes, a narrativa visual é poderosa. Mais do que isso, nas palavras de Angela Davis (1944), 'o ofício no ativismo político envolve inevitavelmente certa tensão entre a exigência de que sejam tomadas posições em relação aos problemas atuais à medida que eles surgem e o desejo de que sua contribuição, de alguma forma, sobreviva à ação do tempo', frisa Milleni.

Ainda de acordo com a professora Valdete: "pelas próximas semanas, a exposição estará aberta à visitação de estudantes de diversos colégios, acompanhados dos respectivos diretores, com todo o processo sendo mediado pela equipe multidisciplinar do NRE de Campo Mourão. Para além disso, estamos articulando uma mobilização da exposição, para que ocupe outros espaços de nosso município."

 

Sobre o Projeto


Afrografias é um projeto fotográfico inspirado a partir das discussões promovidas pelo Seminário Afro [R]existência, na Unespar/campus de Campo Mourão. Uma vez que a comunidade acadêmica e mourãoense tem pensado a figuração do negro em nossa sociedade a partir de estudos científicos feitos por estudantes, professores e pesquisadores, o Afrografias nasceu enquanto uma maneira de ampliar as discussões para o âmbito artístico.

Essa perspectiva foi escolhida porque a fotografia tem o objetivo de expressar ideias, críticas, visões particulares sobre o mundo e, principalmente, sentimento. Ela possibilita a ampliação e a diversificação dos valores sociais e humanos que temos em relação a determinados temas, conceitos, pessoas e ideias, e, assim, fortalece e fortifica a interação social mais crítica, possibilitando, também, a inclusão daqueles que são marginalizados socialmente, já que ela pode estimular a luta por direitos e também combater preconceitos, desfazendo barreiras.

Tal expressão artística potencializa a luta por uma universidade mais plural e inclusiva porquanto tem a finalidade de transformar os conceitos e a sociedade, estendendo suas arestas à cidadania enquanto um modo de reflexão e ação para a transformação da realidade social. Assim, ao possibilitar este projeto, a universidade também promove a valoração do negro e resgata a autoestima e a identidade, proporcionando tanto aos que serão fotografados quanto aos que apreciarão os resultados de um encontro com uma verdade possível do que é ser negro na nossa sociedade.

O objetivo geral é propiciar à comunidade o contato com a arte fotográfica de maneira a mostrar a representatividade negra na sociedade, que ocupa, hoje, diversos espaços e profissões, e muitas vezes continuam inviabilizados pelo racismo e pelo preconceito que atravessa séculos. Com isso, pretende-se aprofundar a compreensão sobre os sujeitos afro-brasileiros que compõem nossa comunidade mourãoense.

Saiba mais informações, por meio do link abaixo.

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